A Última das Minas (The Last Vodunsi)

“Esta é a Casa das Minas. O dono da casa é Zomadônu. Como ele não tem corpo como a gente, eu estou aqui como chefa; mas quem manda na casa é ele.”

– Deni Prata Jardim, última vodunsi da Casa das Minas do Maranhão

Deni Prata Jardim, nascida em 2 de julho de 1925, é a nona dirigente da Casa das Minas, fundada oficialmente em 1840, por Nã Agontimé, a princesa-sacerdotisa do Daomé que foi vendida como escrava para o Brasil. A Casa das Minas foi o primeiro terreiro de Tambor de Mina do Brasil. Depois de oito gerações de Vodunsis, Dona Deni, de 88 anos, se preocupa com sua sucessão e com o desaparecimento da Casa das Minas. Este filme é sobre ela.

O projeto foi realizado com o apoio da Fundação Cultural Palmares, através do Edital ‘Imagens da Memória’, cujo objetivo é a preservação da memória da Cultura Negra através do registro audiovisual de personagens negros importantes para a cultura e história do Brasil com mais de 80 anos de idade. O filme também registra os preparativos e o evento da Festa do Divino Espírito Santo na Casa das Minas. Em fase de pós-produção, A Última das Minas tem previsão de lançamento para o início do 2015.

OS DIRETORES

Larissa Figueiredo nasceu em Brasília. Estudou Letras na UnB; fez mestrado em Teoria do Cinema na Université Lumière Lyon 2, na França, e Artes Visuais/Cinema na Haute École d’art et design de Genève, na Suíça, onde teve aula com artistas como Joana Hadjithomas & Khalil Joreige, Miguel Gomes, Allan Sekula e Albert Serra. Passou 40 dias na Tailândia, em 2011 – em uma residência com o artista Apichatpong Weerasethakul. Em 2012 morou na Argentina, onde fez um intercâmbio na Universidad del Cine e participou da Talent Campus Buenos Aires, vinculada à Berlinale. Em agosto e setembro de 2012, realizou uma residência artística na Capadócia, Turquia, que resultou, entre outros projetos, no documentário “Postcards from Kapadokya”, em fase de produção, e no curta-metragem “Fui à Capadócia e lembrei de você”, exibido no 23o Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, na 16a Mostra de Cinema de Tiradentes e no 15º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte. No mesmo ano, foi contemplada com o prêmio do IX Concurso de Roteiros Rucker Vieira, organizado pela Fundação Joaquim Nabuco. Recentemente, trabalhou como montadora no filme “A que deve a honra da ilustre visita este simples marquês?”, dirigido por Rafael Urban e Terence Keller, que recebeu três prêmios no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Atualmente, finaliza seu primeiro longa-metragem, “O Touro”, protagonizado pela atriz portuguesa Joana de Verona e produzido pela Tu i Tam Filmes.

Rafael Urban é cineasta, produtor e curador. Dirigiu filmes como Ovos de dinossauro na sala de estar, curta exibido em 130 festivais, de 23 países, que recebeu 20 prêmios, entre eles o de Melhor Filme do 66º Festival de Edimburgo. Foi curador de festivais de cinema, mais recentemente no Festival de Brasília e no Festival de Cinema da Bienal de Curitiba. É jornalista de formação e estudou na pós-graduação em História da Arte, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Antes de dedicar-se exclusivamente ao cinema, trabalhou em jornais – como a Folha de Londrina, em que foi crítico de cinema e repórter – e em revistas – editou a revista de cinema Juliette e colaborou com publicações como Galileu e piauí. Atualmente coordena o projeto Ficção Viva II, que apresenta uma série de encontros e workshops com diretores de cinema, como Lucrecia Martel, Carlos Reygadas e Miguel Gomes.